"Todo mundo espera alguma coisa /de um sábado a noite..."
A música composta por Lulu Santos já serviu de embalo para muitos casais e jovens que saíram pra curtir o que uma boa noite de farra, festa, bebedeira, amor ou boêmia pode oferecer. Hoje, em um sábado que choveu o suficiente para desmarcar compromissos e fazer valer o direito de ficar em casa, o dia parecia não oferecer grandes perspectivas para a noite.
Para piorar, a programação da televisão não agradava, o computador queimou e, por causa do temporal, faltou energia elétrica. A solução foi apelar para uma boa leitura. Abri, diga-se de passagem, despretensiosamente o livro com o qual presenteei minha namorada no último natal: Os Sonhos não envelhecem, assinado pelo escritor e compositor Márcio Borges. Que fique claro aqui que nunca me interessei como deveria pela música. Longe de ser um entendedor, muito menos um artista (não sei nem bater palmas no ritmo das músicas), o pouco que conheço de música fica restrito às indicações de amigos e irmãos, sendo que muito raramente me dou ao trabalho de procurar conhecer algo mais sobre qualquer obra. Mas, voltando ao livro, ao terminar o primeiro capítulo, ele já havia conquistado minha atenção. 140 páginas depois, sem interrupções, parei para descansar um pouco a cabeça e assimilar todo o conteúdo, antes de dar seguimento ao que promete ser uma madrugada de pura leitura. E não resisti a vir comentar o fato.
Márcio Borges, irmão de Lô Borges e, praticamente, de criação de Bituca (ou, como é mais conhecido, Milton Nascimento) narra a tragetória de um grupo que marcou época na música brasileira: O Clube da Esquina. Sem entrar em mais detalhes, pois nem isso seria muito possível, visto que apenas alcancei o primeiro terço da leitura, já é possível concluir que é leitura indispensável tanto para quem gosta de música quanto para quem dela nada entende.
Lulu Santos acertou mais uma vez, quando, na continuação da música, nos apresenta ainda sua conclusão:
"...Sábado a noite tudo pode mudar."
Nesse sábado a noite, quem mudou fui eu. E também a minha visão sobre um dos mais importantes episódios da música brasileira.