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Faroeste de Pedra - Espaço aberto - é o lugar que encontrei para comentar as várias coisas do cotidiano que parecem valer um apontamento. Enjoy!

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sexta-feira, 30 de abril de 2010

Do comício ao www

As novas mídias incontestavelmente revolucionaram a forma como as pessoas adquirem informações e, também, a forma como ela é produzida.

A relação entre fontes, jornalistas e leitores já não ocorre da mesma maneira. Para fazer um panorama rápido, e entrar um pouco no campo das teorias e práticas comunicacionais, é possível dizer que hoje todos produzem informação e, além de serem fontes, são também agentes do processo informacional. Um passo à frente, podemos citar também que a tiragem dos jornais impressos é hoje a menor desde a popularização da imprensa, o que, por consequência, gera também (ou pelo menos deveria gerar) uma alteração na forma como as notícias são escritas, adquirindo um caráter mais analítico. Outro passo à frente, podemos apontar o crescente deslocamento da publicidade das velhas mídias para as novas mídias, em especial a internet, fato que tem gerado muitos estudos a respeito das formas de recepção tanto do conteúdo noticioso quanto publicitário dentro dos portais online.

Mas para que citar tudo isso? Somente para chegar a ideia principal dessa discussão: a internet, e os novos sítios de discussão (como blogs, twitter e comunidades do Orkut), podem modificar o resultado das eleições desse ano?

Daqui a pouco mais de setenta dias, após a Copa do Mundo, quando as eleições se tornarem foco principal das discussões midiáticas e as campanhas ganharem espaço dentro da programação das redes televisas, principalmente pelo efeito dos horários eleitorais obrigatórios, a polarização deverá acontecer como tradicionalmente já ocorre entre os dois partidos mais representativos na disputa. Dilma e Serra devem aproveitar o maior espaço dedicado a seus partidos (PT e PSDB, respectivamente) dentro desses horários e expandirem seu campo eleitoral, diminuindo ainda mais a porcentagem de intenção de votos dos candidatos filiados aos demais partidos. Como aponta o Doutor Paulo Roberto Figueira Leal, professor da UFJF, talvez esse seja o melhor momento da campanha de elementos como Marina Silva e Ciro Gomes (com a candidatura ainda indefinida), assim como foi para Cristóvão Buarque e Heloísa Helena, há quatro anos. Pensemos, entretanto, por outra perspectiva. Se algum candidato, assim como o fez Barack Obama nos EUA, souber utilizar as novas mídias, poderá reverter esse quadro?

Entrando já um pouco na questão do discurso, ou do conteúdo, publicado nos portais online, acredito que ainda não será nesse ano que a internet terá poder mediador no embate eleitoral. Tal fato se explica pelo fato de ainda ser baixa a porcentagem da população que possui, de fato, acesso ao que se denomina interação informática. Explica-se também pela razão de que a discussão deverá se dar principalmente no campo da desconstrução do discurso adversário, ainda não mobilizando um público para uma discussão efetiva de propostas partidárias. Ataques pessoais se tornarão constantes também, obviamente, como já é costume.

Talvez daqui alguns anos, nas eleições para prefeituras em 2012, ou somente em 2014, já tenhamos uma evolução nesse panorama. Nesse ano, contudo, apesar do papel importante que as novas mídias tem desempenhado, não deverão ser decisivas. Boa sorte, queridos políticos, na corrida que já se iniciou há pelo menos quatro anos, pois quem começou a pensar em campanha somente agora, já saiu muito atrás.

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